terça-feira, 7 de janeiro de 2014

SEMPRE TEM UMA NUVEM NEGRA

Lá fui eu para minha consulta com a GO. Eu queria ver a cara dela. Já havia planejado: mostrava a ressonância, esperava para ver o que ela tinha a dizer e depois, como um mágico, tirava a carta (BETA positivo) da manga.
Foi o que eu fiz.... não exatamente calculado, mas na mesma ordem. Ela nem terminou de dizer que iria pedir a autorização para a cirurgia quando viu o meu positivo. “O que? (mãos na cabeça ) Mas você não podia ter engravidado!”
Heim, como não, se ela nem me pediu para evitar?
Mas tudo bem, vamos lá... o bebê não tem espaço para crescer, então, você tendo um sangramento, vai para o hospital. Se você não eliminar tudo, a gente aproveita a curetagem para colocar o DIU” Como é?? Estou louca ou acabei de ouvir isto mesmo?
Senti uma fraqueza nas pernas, uma coisa ruim. Como assim minha senhora? ??? Subi na mesa e dei uns tabefes nela para ver se ela reagia.
Doutora, qual a probabilidade de ocorrer um aborto?
Não, não sei. Eu preciso ser realista com você, por isto estou falando assim, mas você engravidou, então pode ser que dê certo. Não dá pra saber.”
“Mas quais cuidados eu devo ter?”
“Nenhum. Não há nada que se possa fazer.”
Hoje estou super ansiosa, contando as horas. Amanhã farei minha primeira US. Meu desejo é ouvir o “tum tum” do coração do meu filhote o qual ainda chamo de “cut cut”. Ele ainda tem o tamanho de um grão de bico mas já me causou tantas emoções!! Hoje também completei 7 semanas. Sim, fiz uma ressonância magnética grávida por pura imprudência da minha (quase ex) GO. Mas assim como Deus foi fiel e disse para eu não me preocupar com o amanhã, eu creio que meu bebê foi protegido pelas mãos de um Pai amoroso e poderoso:  O nada mais nada menos REI DO UNIVERSO! DEUS!

OLHAI OS LÍRIOS NOS CAMPOS

Lembrei de um texto bíblico ( Mateus 6:25 a 34) que termina assim: “Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal."
Basta a cada ciclo (da vida) o seu mal. Basta a cada estação o seu mal.
Sentei - me em frente a TV e de repente lembrei que o resultado da ressonância poderia ser olhado pela internet. Viva a tecnologia, a modernidade! Corri para o computador e abri imediatamente no laudo. Eu não sei o que aconteceu, mas li, reli, li novamente e não conseguia var nada de errado naquele resultado. Ok, sou leiga em termos técnico médico, mas ainda assim, nada ali me assustou. Aliás, havia um cisto, bem pequeno mas nem me chamou atenção. Minhas lágrimas rolaram... eu ria e chorava ao mesmo tempo e tinha certeza de que eu havia sido curada pela infinita misericórdia de Deus. Obaaaa, não vou precisar fazer a cirurgia! Minha esperança se renovou e eu pulava pela casa. Foi então, que assim do nada, veio uma ideia muito louca na minha cabeça: “se Deus me curou, então posso estar grávida! Os milagres de Deus são completos!! Vou fazer um teste!"
“Louca” pensava enquanto procurava umteste perdido na gaveta do armário.
Eu não sei quantos céticos irão ler isto, mas olha, se dê uma chance de conhecer algo além da sua imaginação: Deus.
Voltando, fiz o teste de urina e adivinhem? Eis que surge uma linha clarinha, mas visível o suficiente para me deixar sem fôlego! Estou grávida!!
Eu não podia contar para ninguém ainda. Eu precisava confirmar o resultado com um BETA. Foi o que fiz no dia seguinte.

Confirmado: GRAVIDÍSSIMA!!
O DIAGNÓSTICO – PARTE II

Com o resultado da histerossalpingografia em mãos, mostrei à minha GO e ela, para adiantar meu lado, pediu uma ressonância magnética para confirmar a sinequia e a adenomiose. Em seguida ela marcaria uma laparoscopia para colocar o DIU e aí o tratamento seria seis meses de DUI e hormônios. Somente depois disto seria possível tentar uma gravidez. Nossa, me bateu um desânimo total, mas sacudi a poeira e marquei a ressonância para o dia 09 de dezembro, afinal, quanto mais eu enrolasse, mais eu seria mãe “veia” (sqn) .
A Ressonância:

Jejum, buscopan na veia, e aquele exame chatinho em que ficamos sem poder olhar para os lados com duração de mais ou menos 40 minutos. 
Aproveitei o tempo para ter uma conversinha com Deus:
"Senhor, bem que podia não dar nada neste exame né! O Senhor pode fazer isto que eu sei. Eu não mereço, mas poxa vida, estou tão angustiada com esta história toda. Não foi o que eu sonhei pra mim e além do mais eu só estou querendo ter uma família. O Senhor não ama a família?!! (aquele tom pidão), ela não faz parte dos sonhos para as pessoas?! (mais pidona ainda). Então, eu só queria realizar o meu sonho que também é um sonho Teu...Pai, o Senhor está me ouvindo?"
Muitas divagações  e estava terminado. O resultado ficaria pronto dentro de uns três dias. A esta altura eu já não estava muito interessada no resultado. Já havia me conformado com a cirurgia e o DIU. Eu só seria mãe a partir agosto de 2014. Hunf!! 

domingo, 1 de dezembro de 2013

Começando o Diagnóstico - Parte I

"Sabendo" em que dia do meu ciclo eu estava, resolvi marcar a minha histerossalpingografia. Este exame deve ser feito preferencialmente entre os dias 7 e 9 do ciclo, então eu sabia que o primeiro dia do meu ciclo fantasma teria sido dia 18 de novembro, então marquei meu exame para o dia 25. Gente, olha que feliz eu fiquei quando soube que minhas contas estavam certinhas! Pensa numa pessoa feliz?? Eu!! No dia 19 menstruei depois de longos 5 meses!
No dia do exame, lá fui eu toda confiante. Tomei dois comprimidos de buscopam e fui. Conheço algumas pessoas que fizeram este exame. Umas não sentiram nada, outras sentiram dor. Eu senti muuuita dor. Desta vez vi minha avó pela greta mesmo. O exame é super rápido, mas o suficiente para ser inesquecível no quesito "uma vez pra nunca mais".
"A histerossalpingografia nada mais é do que um raio-x contrastado da cavidade uterina e de suas tubas. Ele é realizado em série, com a injeção de um líquido (contraste iodado) através do orifício do colo do útero, com o auxílio de um catéter (sonda) fino. Tem como principal objetivo avaliar a morfologia das tubas uterinas e, através desta análise, inferir sobre sua função reprodutiva. Pode também oferecer dados sobre a anatomia uterina, como a presença de mal-formações Müllerianas (útero bicorno, unicorno, septado etc), presença de pólipos ou miomas e sinéquias uterinas."
Terminado o torturante  exame a surpresa: "Imagens compatíveis com sinéquias, principalmente na região do corpo. Irregularidades na região fúndica, compatíveis com adenomiose. Livre passagem do contraste para a cavidade peritonial, bilateralmente."
Próximo passo: levar o exame para o GO e encarar um tratamento. Se houver um....

Adenomiose:
"Esta doença é muito semelhante à endometriose quanto à sintomatologia. Entretanto, sua origem e formas de tratamento são bastante diferentes. Atinge com mais freqüência mulheres com idade entre 35 e 50 anos, sendo que a grande maioria possui filhos antes do diagnóstico já que é graças ao parto ou a antecedentes de curetagem que surge a adenomiose. Após trabalho de parto ou curetagem o endométrio encontra áreas mais frágeis próximas ao miométrio e invade a musculatura uterina. Assim, de forma semelhante à endometriose, o endométrio se desenvolve fora do local de origem, mas nesses casos no meio do músculo uterino, o miométrio. 

Tratamento:

Não apresenta bons resultados com hormônios e por isso costuma ser tratada por cirurgia. É fundamental que o diagnóstico seja feito com precisão para evitar procedimentos cirúrgicos desnecessários. A cirurgia mais empregada, quando a mulher não tem mais desejo reprodutivo é a histerectomia, ou seja, a retirada do útero. Esta cirurgia pode ser realizada por videolaparoscopia, via vaginal ou pela via convencional, com incisão semelhante à utilizada no parto cesário.

Raramente, quando os exames mostram apenas a presença focal (o adenomioma), e a mulher possui desejo reprodutivo,  podemos tentar a cirurgia conservadora com a retirada apenas do nódulo."

Seja o que Deus quiser.

Observe você mesma

"Você ter uma sinequia depois de uma curetagem é quase como acertar na mega sena. Pode acontecer, mas é difícil". Esta foi a frase que ouvi do último GO que procurei. Não satisfeita com a morosidade da minha GO em me pedir exames alooow eu não sou mais uma mocinha de 20 e poucos, fui atrás de outra opinião.
O que há com os médicos desse Brasil varonil que não trabalham com prevenção? Pode não ser todos, mas quem souber de um que se antecede aos problemas me avise!!
Bem, porque eu não fiquei parada esperando meu organismo voltar a funcionar sozinho? Com exceção de um "descompensado" TODOS (me consultei com 4 GOs diferentes em 5 meses), me disseram que eu estava ansiosa e isto estava atrapalhando meu organismo voltar ao normal. O "descompensado" tinha visão de raio-x. A palavra curetagem foi suficiente para ele diagnosticar com todas as letras SINEQUIA. Me deixou com tanto medo que saí de lá pra nunca mais voltar.
Então, nestes cinco e poucos meses eu aprendi a me observar. Observar meu organismo. Mesmo sem sangramento algum eu sabia quando eu estava 'ovulando" e quando estava "menstruada" ou deveria estar.
Iniciei marcando minha temperatura basal que me mostrava um ciclo bifásico bem bonitinho. Embora os médicos não gostem desta técnica, eu achei bem eficiente no meu caso. Fora isto eu observava o muco antes do período fértil e todos os sintomas decorrentes.
Temperatura basal - TB:
"Como se mede a temperatura basal?

É chamada de temperatura corporal basal a temperatura mais baixa de seu corpo em um período de 24 horas. O momento em que a temperatura é mais baixa é durante o sono.

Para acompanhar a temperatura, você vai precisar:
de um termômetro só para você, que fique na sua mesinha de cabeceira
papel e lápis ou outro método de anotar logo a temperatura, para não esquecer

Orientações:
meça a temperatura todo dia, assim que despertar, mas sem se mexer muito nem sair da cama
a medição da temperatura na boca (com o termômetro embaixo da língua) é mais precisa
procure medir sempre na mesma hora, mas o mais importante é que você tenha ficado adormecida pelo menos por duas horas antes da medição. Se for impossível, e você não tiver dormido o suficiente, considere essa temperatura "suspeita". Temperaturas "suspeitas" são sempre mais altas que as reais.
preencha um gráfico com as temperaturas do mês todo. Use o gráfico interativo em Excel ou procure sites que tenham a tabela online. Fica mais fácil de interpretar.
comece a medição no primeiro dia do ciclo menstrual.( http://brasil.babycenter.com )
No meu caso, eu não tinha, inicialmente, o primeiro dia do ciclo, pois não menstruava, mas eu já sabia que ciclo era de 28 dias e aí foi uma questão de tempo marcando a TB para confirmar isto. Pois no gráfico fica bem caracterizado a primeira fase do ciclo (folicular, mais baixa) e a segunda (lútea, mais alta)

Período fértil:
Durante o período fértil, a mulher apresenta alguns sinais e sintomas:
 Presença de um muco vaginal transparente, parecido com clara de ovo
Ligeiro aumento da temperatura corporal
Algum desconforto no baixo ventre pode ser percebido por algumas mulheres
Aumento do apetite
Você não sentir alguns destes sintomas não significa que não está ovulando, então não pira o cabeção.

Conhecer meu corpo me ajudou a não ficar deitada em berço esplêndido e correr atrás de resolver minha vida.



Começando o Diagnóstico


A minha menstruação não veio e eu não conseguia sair do ciclo da perda. Via outras mulheres que perderam seus bebes até depois de mim engravidarem novamente e eu sequer sabia o que havia de errado comigo.
Mas sabia que havia algo que não estava bem, não era só uma questão de tempo como todos me diziam.
O desespero estava á flor da pele. As cólicas constantes mês a mês me deixavam abalada. 4 meses com amenorreia e ainda assim eu sentia todos os sintomas da TPM. Dúvidas e mais dúvidas. Será que estou ovulando? Se estou, porque  não menstruo? Estou com sinequia obstruindo a passagem do sangue? (Sinéquias uterinas são "cicatrizes" (aderências) que ocorrem dentro do útero após manipulação cirúrgica, processos infecciosos uterinos ou até radioterapia. Geralmente, ocorrem após uma curetagem pós-abortamento, uma retirada de mioma ou pólipo uterino, ou após uma endometrite (infecção do endométrio, a camada interna do útero).
Comecei a pesquisar na internet sobre sinequias e tudo o que eu lia me deixava mais triste, mais de cabelo em pé. Eu não iria engravidar se eu tivesse aquilo...
No dia 22 de outubro eu tinha consulta e estava sofrendo com uma cólica terrível. A médica viu meu sofrimento e só então levou a sério a minha preocupação com um problema mais sério do que ela achava que pudesse ser (nada, ansiedade, tempo). Me examinou, fez o toque: “colo duro e fechado”. Perguntou se eu me importava se ela tentasse abrir. Para quem está na chuva, se molhar é o de menos. Ela aplicou uma anestesia no colo do útero e com o espéculo forçou algo lá dentro.
Sangrou, vi meia vó pela greta (só meia mesmo, inteira será mais á frente). Não sei o motivo do sangramento, mas depois disto ela viu que precisava averiguar melhor meu caso.
Me deu um pedido para um novo US e para um exame chamado histerossalpingografia . No próximo post vou falar desse raio de exame. Me deu uma receita de um estrogênio e disse para eu já começar a tomar caso não desse nada nos exames. Perguntei o que iria acontecer se eu tivesse a temida sinequia. Ela me disse: “vamos ter que fazer uma cirurgia e você usará um DIU e hormônios por 6 meses.” Morri. Cheguei em casa e chorei todas as mágoas. “Porque meu Deus?!” 

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O fim da Saga?

Lugar algum jamais me causou tanto medo como aquela sala de cirurgia.
Eu tremia incontrolavelmente.
O cytotec não havia feito efeito algum, não tinha jeito. 7 dias internada e nenhum sangramento. A enfermeira abriu a porta, colocou o avental aberto na frente e me mandou vesti-lo. Ela me levaria para a sala de cirurgia. Eu chorava silenciosamente. Meu corpo inteiro tremia. Eu não conseguia me controlar. Tentava, em vão, orar. A única coisa que vinha na minha cabeça: "Jesus, socorro!"
O medo nos paralisa. Eu tinha medo de sentir medo e a anestesia falhar.
Tinha medo de algo fosse feito errado.
Medo de sentir dor.
Mas foi tudo tão rápido que se eu soubesse teria feito antes. Anestesia, dormi. Em 15 minutos fizeram o que tinham que fazer. Acordei com uma enfermeira com cara fechada, colocando um potinho em cima do meu peito: “este é o material para você levar para o exame.”
Era meu bebê. Ou o que restou daquele corpinho minúsculo de seis semanas e três dias.
Eu sei que elas estão acostumadas com estas coisas, mas eu não. Voltei para o quarto, permaneci deitada por uma meia hora, peguei minhas coisas e fui para minha casa. Finalmente. Com meu bebê em um potinho.
Hoje eu o sinto mais vivo em mim do que quando o carregava. Sinto saudades. Uma saudade que somente quem vivenciou tal coisa sabe entender. Explicar é impossível.
É difícil até explicar como nós conseguimos amar um serzinho tão pequeno, em tão pouco tempo e este sentimento permanecer para sempre.
Acredito que Deus tem um plano para mim. Não faço a menor ideia do que seja, mas tenho certeza de que é algo maravilhoso. Posso confiar.

O mar se revoltou, quis me afogar, mas o meu Mestre me resgatou e acalmou meu coração.

A curetagem: 
abro este espaço para explicar como foi o procedimeto. Eu tive muito medo justamente por não ter uma informação a respeito do assunto, de pessoas lúcidas.
Entrei na sala de cirurgia as 15:00h e a enfermeira me colocou no soro.
As 15:15h o médico anestesista aplicou no soro a anestesia. Foi a geral. Não vi, nem ouvi, nem senti nada.
As 15:30h eu acordei com tudo pronto. A curetagem já havia terminado, o material colhido.
Aguardei meia hora até retornar para o quarto.

Fui embora cerca de uma hora depois, andando, sem dor.

Fiquei 15 dias sem fazer esforço e sem ter relações sexuais. No meu caso, fui para casa medicada com antibiótico e anti-inflamatório para tomar por 10 dias.